A Polícia Civil (PC) investiga se uma calcinha encontrada em um banheiro da Universidade Federal de Goiás (UFG) está relacionada a uma denúncia de estupro em um campus da instituição, em Goiânia.
Segundo a delegada Ana Elisa, além da roupa íntima, uma festa que acontecia na mesma noite do caso denunciado à polícia pode ter ligação com o suposto crime.
A delegada reforça que para que a investigação seja mais completa é importante que a vítima procure a polícia para ajudar a esclarecer os fatos. “Nós precisamos necessariamente ouvir esta jovem”, disse.
O estudante que denunciou o caso prestou depoimento na tarde desta quarta (15) à Delegacia Especializada no Atendimento às Mulheres (Deam). Ele descreveu à delegada as características do homem que ele viu na noite de terça-feira (14) no carro em que a jovem estava, no estacionamento da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), no Campus II da UFG.
“Eu só consegui ver que ele era um cara branco, gordo e tinha bastante papada”, descreveu o jovem, que não quis se identificar.
Segundo ele a estudante estava com a roupa rasgada e o cabelo bagunçado. Ele afirmou a imprensa que ao ligar o farol para ver melhor o que estava acontecendo, o motorista do carro fugiu e a jovem correu para dentro do banheiro.
“Entrei no banheiro e vi que ela estava lavando a genitália na pia. A segurei e perguntei o que aconteceu, mas ela me deu murros e me pediu para sair, pedindo socorro. Ela estava muito assustada comigo, com a presença masculina. Então fui atrás de alguém para pedir ajuda, mas não tinha ninguém na faculdade. Não achei nenhum guarda”, relatou o universitário.
O estudante contou que, ao voltar à FIC, não encontrou mais a jovem. Segundo o rapaz, ele resolveu publicar o caso nas redes sociais para pedir ajuda. Assim, a denúncia repercutiu na web e a hashtag #UFGSePosicione ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.
O vice-reitor da universidade, Manoel Rodrigues Chaves, informou que a instituição está colaborando com as investigações. "A gente tem que lembrar que a universidade não está aqui só na região. Temos problemas pontuais aqui como temos na Praça Universitária, como temos em outros campus e regionais, mas se tivermos condições de resolver problemas pontuais, vamos encaminhar isso", declarou.
Em nota, a UFG informou ainda "que equipes de segurança estão averiguando as informações e verificando imagens de câmeras internas".
Insegurança
Universitários protestaram, nesta quarta-feira (15), por mais segurança e para pedir o fim da violência contra a mulher no Campus Samambaia UFG, em Goiânia. Com cartazes e faixas, eles caminharam pelo local e ocuparam a reitoria. A manifestação aconteceu após a denúncia de estupro.
"Eu, por exemplo, não ando sozinha. Para subir para o Centro de Aulas, a gente sempre pede aos nossos colegas que tem carro para nos levar. A gente sempre sai em grupo", declarou a estudante Nayra Thayne.
Leia Também:
GOIÂNIA | Jovem denuncia suposto estupro em campus da UFG e mobiliza a web
Fonte: G1 Goiás (com adaptações)